Humanização do trabalho: a tendência que virou estratégia
02.09.2020 | Institucional
O humano voltou a ser o centro dos negócios. Conhecer os princípios de um modelo de gestão humanizado permite uma expansão na maneira de trabalhar: da gestão à execução, da liderança ao aproveitamento dos recursos.
Este não é um artigo sobre responsabilidade social corporativa. Aqui é o seu primeiro passo para aprender sobre a última tendência no mundo dos negócios: a gestão humanizada.
Uma busca rápida em qualquer plataforma de conteúdo irá lhe trazer índices alarmantes de estresse e adoecimento laboral como um dos efeitos da busca pela lucratividade corporativa. Essa relação tão conflituosa tem sido tema de discussão desde a famosa (e nunca tão atual) crítica de Charles Chaplin aos modelos de gestão e processos de trabalho exaustivos em seu icônico Tempos Modernos, de 1936.
Ainda hoje, infelizmente, o trabalho e as relações que se constroem nele tem gerado todo tipo de prejuízo – da saúde mental à financeira, para pessoas e empresas. Isso ocorre devido à falsa ilusão de que durante o expediente o local de trabalho é um campo livre de todo tipo de circunstância que envolva emoção e nível de consciência humana.
Não é à toa que empresas e empresários são vistos como entidades manipuladoras e interesseiras. Até então, realmente, a lucratividade acima de tudo era o lema.
Isso gerou consequências graves para as quais a gestão humanizada apresenta soluções não apenas empáticas como também estratégicas o suficiente para manter (e até aumentar) o lucro sem faltar com a humanidade no trabalho.
Um novo modelo de gestão para necessidades antigas
Desde o início dos anos 2000 já se discutia a necessidade de uma gestão que respeitasse e conciliasse necessidades humanas, o bem-estar social e a sustentabilidade sem perder de vista a orientação para os resultados esperados.
Depois de um movimento iniciado em 2013 nos Estados Unidos, que logo depois veio a se chamar Capitalismo Consciente, o modelo de gestão humanizado vem sendo pauta dos principais líderes e empresários a nível internacional.
A obra “Empresas Humanizadas – Pessoas, Propósito e Performance” (Alta Books) traz os princípios desse modelo com vários relatos de como grandes empresas como Toyota, Unilever e Amazon.com superaram desafios e alcançaram lugar de destaque ao humanizarem seus negócios.
Esse modelo é tido como uma filosofia de negócios. Ele considera aspectos existenciais do mundo corporativo, como: o significado pessoal do trabalho para o funcionário, senso de pertencimento, oportunidades de amadurecimento, ser uma fonte de renda justa, a contribuição da empresa para a sociedade, que valores ela dissemina e como ela nutre toda essa cadeia.
A incorporação dessa filosofia e o ato fornecer condições para que essa cadeia se retroalimente pode ser chamada de humanização corporativa.
E é lucrativo?
Sabemos que o que mantém uma empresa viva é o lucro. É uma relação óbvia: maior o seu faturamento, mais chances de continuar existindo.
No Brasil, um estudo conduzido por Pedro Paro (USP), CEO da Humanizadas, verificou que o desempenho financeiro das empresas humanizadas brasileiras é seis vezes superior no longo prazo quando comparadas as 500 maiores organizações do país.
De acordo com o levantamento, esse estilo de gestão gera mais engajamento dos colaboradores (225%) e maior fidelidade dos clientes (240%) por conta de uma preocupação genuína. “Isso não significa que as empresas não têm problemas. No entanto, elas são as que levam mais a sério o modo como lidam com problemas”, disse Pedro Paro em entrevista ao Meio & Mensagem.
Em resumo
A filosofia de uma gestão humanizada envolve o exercício constante da consciência para se trabalhar pelo que é benéfico para todos os envolvidos: funcionários, organização, sociedade e planeta. A aplicação desse modelo é chamada de humanização corporativa.
À medida que as estratégias se pautam no humano, geram maior engajamento e a reputação da empresa gera fidelidade dos clientes. Ou seja, humanizar gera crescimento e rentabilidade.